Moro em Pato Branco: Senador cumpre agenda no Sudoeste e critica postura de Lula sobre tarifas dos EUA.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), pré-candidato ao governo do Paraná, cumpriu agenda no Sudoeste do estado na manhã desta quinta-feira, 24 de julho de 2025, reunindo-se com empresários na sede da Associação Empresarial de Pato Branco. Durante o encontro, Moro abordou temas como as taxações impostas pelos Estados Unidos, a relação entre os poderes e a possibilidade de sua candidatura ao governo do estado.
Em entrevista, o senador explicou que sua visita faz parte de uma “caravana pelo Paraná” durante o recesso legislativo, com o objetivo de prestar contas de seu mandato, ouvir críticas e sugestões, e discutir a delicada situação atual do Brasil. “Desde o início do meu mandato, tenho viajado, visitei Pato Branco, inclusive, várias vezes nesse período, e a região sudoeste. Mas agora, no recesso legislativo, a gente tem condições de fazer uma longa jornada”, afirmou Moro.
Impacto das Taxações dos EUA na Economia Brasileira
Um dos principais pontos abordados pelo senador foi o impacto das recentes taxações impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Moro reconheceu a força da economia brasileira e o papel da China como principal destino das exportações, mas alertou para os efeitos negativos em segmentos específicos.
“Aqui no Paraná, por exemplo, já conversamos com o pessoal do sindicato da indústria madeireira, e algumas empresas têm uma pauta de exportação forte para os Estados Unidos, e terão, inclusive, aí, já estão anunciando férias coletivas para os seus funcionários”, exemplificou. Ele citou ainda dificuldades para produtores de suco de laranja na região noroeste e de tilápia no oeste do Paraná, ambos com forte mercado exportador para os EUA.
Moro criticou a postura do governo federal em relação à questão: “O governo Lula tem que dialogar e estar disposto a negociar, quem sabe reduzindo tarifas aqui, buscando redução de tarifas lá, como estão fazendo outros países a partir da ameaça dessas tarifas.” O senador classificou como “infantil” a atitude do presidente Lula de “querer brigar com o presidente Donald Trump”, argumentando que isso “queima a ponte” para a negociação. “Não é o momento agora para essa bravataria. O Brasil, sim, tem soberania, tem que discutir esse assunto com firmeza, mas também com serenidade e pensando, principalmente, no seguinte: ninguém ganha com essa guerra de tarifa. Nem os Estados Unidos e nem o Brasil. Nós só temos a perder com isso”, ressaltou.
Para Moro, o principal problema não é apenas a questão comercial, mas o risco de um “progressivo afastamento do Brasil das democracias ocidentais, inclusive de um aliado histórico nosso, que é os Estados Unidos, e isso é muito perigoso.”
Candidatura ao Governo do Paraná e Relação entre Poderes
Questionado sobre sua possível candidatura ao governo do Paraná, Moro se disse “muito honrado” com as pesquisas que o colocam na liderança. “Eu tenho a dizer que não vou deixar o Estado do Paraná na mão, e vejo períodos turbulentos à frente, que vai precisar do Estado aqui, mãos firmes na condução do Estado a partir de 27”, declarou. O senador afirmou que decidirá e anunciará sua candidatura “adiante, final do ano, começo do ano que vem”, mas confirmou que “há uma probabilidade sim”.
Sobre a relação entre os poderes Executivo e Judiciário, Moro foi enfático ao criticar o que considera uma “invasão da esfera legislativa pelo judiciário que é bastante reprovável”. Ele citou como exemplo a derrubada do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso, que foi posteriormente suspensa por uma liminar de um ministro do Supremo Tribunal Federal. “Quem perde nessa história não é nem o Congresso. Quem perde é o contribuinte, a sociedade brasileira”, disse.
Moro defendeu uma reavaliação do papel do Supremo. “Nós precisamos rediscutir o papel do Supremo Tribunal Federal. Não pode ficar invadindo a atribuição legislativa como eles estão fazendo. Precisamos, talvez lá em 27, de uma ampla reforma judiciária.”
Fonte: Assessoria de Imprensa